segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Arena de Baco: 13 à Sexta (14 por sinal)


13 à sexta, porque seriam 13 pessoas a provar vinhos na passada 6ª feira. Fomos 14, mas fica o nome pois faz sentido e até para se repetir esta magnífica experiência, mais vezes, por sinal. O evento foi promovido por amantes do vinho e alguns enólogos do setor o que o tornou ainda mais divertido e sobretudo muito didático, sempre num ambiente totalmente descontraído, como se pretende. O local de degustação vínica e também de grandes iguarias italianas foi a casa do, quiçá, italiano mais português do mundo dos vinhos, o Marco Giorgetti. Marco e sua esposa prepararam um autêntico manjar de iguarias italianas que foram sendo acompanhadas por vinhos brancos, espumantes e tintos. No final tivemos o ENORME privilégio de provar 3 vinhos italianos de outra galáxia. Bravo! 

A foto acima ilustra a quantidade de vinhos provados e também a enorme qualidade, sobretudo nos brancos. Todos os vinhos provados às cegas... Eu diria que os espumantes, que foram apenas 3, serviram de entrada, seguiu-se a maratona dos brancos em grande forma e terminamos com os tintos que infelizmente na sua maioria já tinham passado o seu momento, pois eram bastante antigos, embora prometedores. Uma pena. Mas já sabemos que num vinho antigo, cada garrafa é... uma garrafa. Pode daí advir boas ou más surpresas. É essa também a piada e o gozo de os provar. 

Aqui ficam as fotos de alguns dos vinhos que mais impressionaram em prova:



Destaques Brancos:
- Permitido de Márcio Lopes, um branco de altitude, da Meda, com mineralidade e frescura brutais. Muito delicado e com um potencial de envelhecimento bastante elevado. Delicioso.
- Muros de Melgaço Loureiro 2005, um branco da região dos vinhos verdes deliciosamente evoluído, com uma estrutura fabulosa e notas de mel, passas, frutos secos, tudo num registo de enorme frescura. O Loureiro a envelhecer muito bem!
- Anselmo Mendes Curtimenta, Tempo, Parcela Única e Expressões. O que dizer novamente destes grandes brancos feitos pelo Constantino Ramos? Cada um muitíssimo bom, dentro do seu estilo.
- Portal da Azenha Grande reserva 2013, um branco Duriense que agradou bastante de uma forma geral. Um perfil mais maduro, com madeira, muito gastronómico.
- Quinta das Bageiras Garrafeira 2014, um vinho de Mário Sérgio que não gerou consensos. Houve quem adorasse e houve quem achasse o garrafeira branco do produtor mais "estranho" e fora do perfil habitual. Eu que sou um grande fã do seu trabalho, não fiquei deslumbrado com este vinho...

Destaques Tintos:
- O mau estado de quase todos os tintos provados, já fora de prazo. Infelizmente, foi azar...Ainda assim destacaria:
- Quinta de Pancas Cabernet Sauvignon 97, em grande forma para quem gostar do estilo.
- Adega de Borba Reserva 92, ainda vivo, o que é deveras surpreendente!
- Sarmassa 2010, um Barolo, claramente o vinho vencedor (também o mais jovem dos tintos em prova cega).

Para o final estavam reservados, pelo anfitrião (na foto abaixo querendo anonimato :-)), 3 vinhos italianos... Mas não foram 3 vinhos quaisquer. Foram 3 grandes vinhos! 


2005 La Spinetta Vursu Vigneto Campe, o VINHO DA NOITE. Um Barolo que o Marco teve a gentileza de nos dar a provar. Eu diria a honra e privilégio de degustar! Tudo em grande nível: Complexidade, elegância, frescura, boca, enfim... Deixou toda a gente boquiaberta!
- 2006 Tenuta Pianpolvere Barolo Riserva, Barolo também, mas um reserva, num perfil mais tânico e "rude". Outro grande vinho.
2004 La Spinetta Sezzana Sangiovese Toscana. terminando em grande com este magnifico Sangiovese, de novo com uma elegância e complexidades ímpares, para um vinho com mais de 10 anos. Bela casta, que permite fazer igualmente os mundialmente famosos Chianti!

NOTA:
- O Barolo é um vinho produzido no noroeste da Itália, Província de Cuneo, região do Piemonte, com a casta Nebiolo.

Sérgio Lopes

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