quinta-feira, 21 de julho de 2016

Opinião: Vinhos com história e com estórias...

De vez em quando tenho a oportunidade de provar vinhos com história e com estórias, uns comprados por mim, outros oferecidos e ainda outros provados à mesa com amigos, como foi o caso do vinho que provei num jantar com alguns companheiros de longa data, a propósito de uma prova cega de vinhos antigos.
O vinho em questão foi o Quinta da Aguieira 1998 e apresentou-se ainda com uma forma extraordinária tanto no nariz como na boca, apesar da bonita idade de 19 anos. A desconcertante frescura, acidez e o travo a pimentos verdes impressionaram todos aqueles que o provaram.
É um vinho histórico por diversas razões. Em primeiro lugar foi, provavelmente, um dos primeiros vinhos lançados para o mercado depois da aquisição levada a cabo pela Quinta da Aveleda em 1997.
Em segundo lugar, mostra, mais uma vez, que a Bairrada tem vinhos que envelhecem com elevada elegância tendo por base outras castas para além da Baga. Neste caso, o vinho foi feito com Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional.
Também sei que estarão a pensar que provavelmente terá sido obra do acaso, um ano bom sem repetição, pois a Bairrada e os seus produtores não têm pergaminhos na produção desta casta. No entanto, não podiam estar mais enganados.
A Bairrada da década de noventa tinha vários produtores a lançar bons “Cabs” estremes ou em lote para o mercado. Como exemplo podemos apresentar várias colheitas da marca Galeria e Quinta das Baceladas sob a chancela das Caves Aliança; os Cabernet Sauvigon do Poço do Lobo produzidos pelas Caves S. João ou até os vários exemplares de João Pato, neste caso o lote era composto por Baga e Cabernet. Todos os vinhos referidos anteriormente podem ainda ser encontrados, em maior ou menor número, em alguns espaços comerciais.
Verão que depois de abertos e provados comprovarão o que escrevi anteriormente. Acham que não? Então experimentem...

Paulo Pimenta (Wine and Stuff)

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