segunda-feira, 10 de julho de 2017

Arena de Baco: Prova Cega - Aniversário Sérgio Lopes

No passado dia 25 de Junho decidi, para comemorar o meu aniversário, abrir a minha casa e a minha garrafeira para uma prova cega com "the gang" que gosta destas coisas e que me acompanha nestas andanças. Preparei assim uma prova cega de 10 brancos e 10 tintos, todos vinhos provenientes da minha garrafeira pessoal e que decidi partilhar com os amigos. A escolha dos vinhos foi baseada no meu gosto pessoal, mas também com o objectivo de apresentar uma prova equilibrada, passando por várias regiões e anos de colheita. Cada conviva trouxe um petisco que acompanhou os brancos e que acabou por se prolongar para os tintos. 


O "Welcome Drink" decorreu com um muito competente espumante da Quinta do Encontro, em magnum, que serviu esse propósito. Mais tarde, já bem mais tarde... foram servidos fora da prova cega mais alguns espumante, para fechar a noite. Espumantes que eu gosto bastante, tais como, o Quinta de São Lourenço 2007 e o Velha Reserva 2008, ambos das Caves Solar de São Domingos e o delicado Marquês de Marialva Cuvée 2011, da Adega de Cantanhede.

Prova Cega dos Vinhos Brancos


Os vinhos foram servidos da década mais antiga para a mais recente. Começamos em grande com 2 brancos dos anos 90 de se tirar o chapéu - o Casa de Saima 1993 e o Quinta Poço do Lobo de 1991, ambos da Bairrada, ambos cheios de vida! O Bons Ares 2001 já estava um pouco cansado mas ainda a dar boa prova. Seguiu-se um desconhecido Carvalha do Assento 2000 do Dão, competente e um surpreendente Quinta de Maderne Pedernã 2005 a mostrar como os vinhos verdes evoluem bem. O Myrtus 2008 estava em grande forma com a madeira bem integrada e o Pormenor 2015 a mostrar um lado bem mais sedutor do Douro. O Permitido 2015 continua excelente, um belíssimo branco do Douro Superior, feito 100% de Rabigato que faz parte das minhas escolhas habituais, tal como os Alvarinhos do Paulo, do qual o Regueiro Primitivo 2015 está simplesmente sublime, com uma acidez para durar anos e anos. Terminamos a prova de brancos com um Morgado de Santa Catherina 2012 num belissimo momento, a provar que este best seller é muitissimo competente e um preço cordato. Foi uma grande prova com os 6 primeiros vinhos separados por décimas. Sendo que o Regueiro e o Morgado ficaram em primeiro lugar ex-aqueo!

Prova Cega dos Vinhos Tintos


       

Chegados aos tintos começamos logo com duas magnum e que grandes vinhos - O Dão Pipas 1975 extraordinário, parecia um vinho com menos 20 anos, de tal jovialidade que demonstrava. Brutal. O Periquita de 1982 um clássico que até tem um preço e acessibilidade bons, a mostrar-se ainda vivo e bem prazeroso.  De seguida, o Porta dos Cavaleiros de 1984, já tendo passado o seu esplendor mas ainda a dar uma prova minimamente agradável. Duas bombas de taninos do ano de 1991, surpreendentes, se seguiram, um Casa de Saima e um Quinta de Camarate, Bairrada - Baga e Castelão - Setúbal, respectivamente a representar as regiões e castas superiormente. Luis Pato Vinhas Velhas 1992, mais um excelente exemplar de Baga, macio e delicado. Esporão 4 castas 2002, ainda com fruta madura e a mostrar o terroir quente do Alentejo. Quinta do Corujão 2003, num excelente momento de prova, a demonstrar o caracter, elegância e pendor gastronómico dos vinhos do Dão. E finalmente dois durienses muito interessantes o Pormenor 2014 do meu amigo Pedro Coelho e o Aneto 2011, um colheita acima da média do extraordinário ano de 2011, produzido por Francisco Montenegro. Resultados da prova cega, podem ser consultados acima.

No final ainda tivemos um Porto Vintage de 1963 da Borges & Irmão, já um pouco evoluído demais e um LVB de 1995 da Ramos Pinto, muito bom, a acompanhar o bolo de aniversário.


Foi uma grande prova, mas talvez um pouco longa demais... A repetir, sem dúvida, pois a minha garrafeira ainda tem mais coisinhas interessantes para partilhar...

Sérgio Lopes

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