segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Prova dos vinhos Azamor

A Herdade do Rego situa-se em Vila Vilosa, entre Borba e Elvas, numa das zonas mais altas da região. Com um total de 260 ha, a herdade conta com 27 ha plantados com vinhas situadas a 350m de altitude, 140 de olival e 30 de sobreiros e pinheiros. A Herdade do Rego foi comprada em 1998 por Alison Luiz Gomes, e o seu marido, Joaquim Luiz Gomes- aquisição lógica já que a herdade pertencia à família de Luiz Gomes desde há muitos anos. A paixão foi imediata e as primeiras vinhas foram plantadas em 2001 e 2002,com um misto de castas portuguesas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Trincadeira, Alicante Bouschet) e francesas (Syrah, Merlot, Petit Verdot). No entender dos proprietários são as castas que melhor se dão na herdade e as que produzem os vinhos com o perfil que pretendem.

O portfolio é composto apenas por vinhos tintos - Azamor, Azamor Petit verdot, Azamor Selected Vines e Icon D'Azamor. Tivemos o privilégio de provar os vinhos. Aqui fica o nosso comentário.

Azamor 2009

Ano: 2009

Produtor: Azamor

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Mistura de castas francesas e nacionais.

Preço Aprox.: 8€

Veredicto: Azamor 2009 é um vinho feito através de um blend bem complexo / numeroso de castas francesas e portuguesas. Cada casta foi vinificada e estagiada individualmente e o lote foi criado logo antes do engarrafamento. Estagia 7 meses em carvalho francês e americano.

Cor ruby intensa, mostra-se muito vivo no copo.  Vinho focado na fruta. Fresco, elegante e muito sumarento. Equilibrado, com taninos redondos, tornando-se muito apetecível. Belo vinho de entrada, muito apelativo, mas complexo qb, onde o equilíbrio é a nota dominante.

Classificação: 16


Azamor Selected Vines 2007

Ano: 2007

Produtor: Azamor

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Syrah , Touriga Franca, Touriga Nacional, Alicante Bouschet

Preço Aprox.: 18€

Veredicto: Como a própria designação o indica, o Selected Vines é produzido através das melhores castas da propriedade. No caso do 2007 - Syrah , Touriga Franca, Touriga Nacional, Alicante Bouschet. O vinho sofreu um estágio de 15% em barricas de carvalho francês e 15% em Carvalho Americano. A restante percentagem em inox. Por curiosidade, foi produzido sobre orientação da enóloga Susana Esteban.

Cor ruby intensa. Aroma complexo, com notas evidentes de fruta silvestre, especiarias e leve balsâmico. Boca com bom volume, taninos firmes mas sedosos e  uma acidez que lhe confere boa frescura. Com elegância, termina de bela persistência e pendor gastronómico.

Classificação: 16,5


Azamor Petit Verdot 2008

Ano: 2008

Produtor: Azamor

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Petit Verdot (85%), Syrah (15%)

Preço Aprox.: 20€

Veredicto: Monocasta Petit Verdot, embora com a adição de 15% de Syrah. Vinho que mais nos surpreendeu, sobretudo pela enorme elegância e frescura.

Cor granada. Aroma onde predominam as notas vegetais e alguma especiaria. A boca é marcadamente elegante e fresca, apresentando um belo volume e taninos redondos. Termina longo e com secura evidente. Companheiro perfeito para a gastronomia Alentejana? Diria mais- para a gastronomia portuguesa. Muito bem.

Classificação: 16,5


Icon D'Azamor 2004

Ano: 2004

Produtor: Azamor

Tipo: Tinto

Região: Alentejo

Castas: Syrah, Alicante Bouschet, Touriga Franca

Preço Aprox.: 40€

Veredicto: Vinho apenas produzido em anos excepcionais. Por outro lado, parece-me claro que está à parte dos restantes vinhos provados, desde logo, pelo ano 2004, em contraponto com os anos mais recentes dos restantes vinhos provados e que seguem uma linha mais próxima, se assim podemos dizer.

Na prova, este vinho sofreu dupla decantação e ainda assim mostrou-se "teimoso" em abrir...

Cor ruby com laivos acastanhados. Aroma de enorme profundidade, extremamente complexo, onde a fruta se mistura com... sei lá (muita coisa). A boca é densa e poderosa, mas com a elegância sempre presente. Termina longo e persistente.

Num bom momento de prova, mas eu acredito que ainda poderá melhorar mais em garrafa (o que demonstra a sua longevidade). Um vinho desafiante e difícil de comentar, devido à sua enorme complexidade.

Classificação: 17

Em resumo, trata-se de um projecto de vinhos feitos com muito carinho e isso nota-se na sua qualidade. Equilibrados, focados na fruta, mostrando uma frescura, elegância e longevidade, muitas vezes não associadas aos vinhos Alentejanos. Ficamos fãs...


Nota: Amostras gentilmente cedidas pelo produtor ao qual agradecemos.


Sérgio Lopes

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