segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Radar do Vinho: Casa de Sabicos

A origem dos Vinhos Casa de Sabicos remonta à segunda metade do séc. XIX, pela mão da matriarca Avó Sabica, bisavó dos atuais produtores. A Casa de Sabicos situa-se em Aldeias de Montoito, freguesia de Montoito, na sub-região Alentejana de Reguengos. As castas utilizadas são as tradicionais na família e nos vinhos Alentejanos. As tintas são Trincadeira, Aragonez, Alfrocheiro, Castelão, Alicante Bouschet e Touriga Nacional. As brancas são Arinto, Antão Vaz, Fernão Pires e Síria, embora nos últimos anos tenham sido também plantadas Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay - castas mais internacionais. O projecto contempla 3 marcas - Casa de Sabicos (Reserva, Touriga Nacional / Syrah e Syrah / Aragonez); Joaquim Madeira - Branco e Tinto e finalmente o Avó Sabica Tinto que apenas é lançado em anos excepcionais (2004, 2011 e 2013). A enologia encontra-se a cargo do próprio Joaquim Madeira, bisneto da avó sabica.
O Casa de Sabicos Reserva 2014 é feito de Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho muito equilibrado, entre fruta, taninos e acidez, sentindo-se o terroir alentejano, mas apresentando-se elegante, num conjunto muito fresco, complexo e agradável. O toque do Cabernet marca ligeiramente, conferindo-lhe uma frescura muito gira. PVP: 11€
O Casa de Sabicos Touriga Nacional / Aragonez 2014 é mais frutado do que o reserva, carregado de framboesa e ameixa preta. Diria que faz lembrar claramente um vinho Alentejano na sua génese. De novo, o conjunto está super equilibrado, com madeira bem integrada, taninos suaves, dando grande gozo à mesa. PVP: 10€O Casa de Sabicos Syrah / Aragonez 2016 não passa por madeira e apesar de apresentar também uma fruta muito apetecível, o lado especiado do syrah confere-lhe uma frescura adicional que o torna muito interessante. O blend funciona muito bem, traduzindo-se num conjunto algo original e que funcionou também muito bem à mesa. PVP: 9€ Impressionante a frescura e elegância de ambos os vinhos, mesmo com os cerca de 15 graus de álcool!
O Joaquim Madeira Tinto 2011 é composto por 14 castas e 15 meses de estágio em barrica de carvalho português. É produzido à semelhança dos vinhos que eram feitos no Alentejo na década de 60, e só é feito em anos excecionais, quando as maturações são suficientemente homogéneas para as 14 castas fermentarem juntas (até hoje houve 2004, 2007 e 2011). Trata-se de um vinho já com alguma evolução e num perfil mais clássico, por isso mais opulente e que precisa de ser apreciado copo após copo. Um vinho que precisa de comida para brilhar e suportar o seu volume e densidade. PVP: 20€
O Joaquim Madeira Branco 2017 é um blend de 2 vinhos/ 3 castas. O Antão Vaz e o Chardonnay fermentam juntos em barricas novas de carvalho francês; o arinto é fermentado em depósito de inox. Quando as duas fermentações estão completas, então é feito o blend e é engarrafado. É um vinho com muita estrutura, tem a untuosidade e a tropicalidade do Chardonnay/Antão Vaz, e a frescura (suave) do arinto. Um verdadeiro best seller no único branco do projeto. PVP: 8€.

Ficou a faltar o texto sobre o extraordinário Avó Sabica, um dos melhores tintos que já bebi e seguramente um dos icones da região. Mas isso ficará para outro post...

Sérgio Lopes

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