quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Grande Prova de Vinhos de António Narciso - O ... INCONNU... Reserva Tinto 2010

Casimir e Christelle Da Silva com o enólogo António Narciso


Foi no primeiro dia de Setembro que decorreu a GRANDE prova de vinhos do Dão, todo eles com enologia de António Narciso. Foram quase 40 vinhos provados, entre brancos, tintos e rosés, num dia longo, mas muito agradável.

O evento decorreu no restaurante O Pote Velho e foram provados vinhos dos seguintes produtores:

- Barão de Nelas
- Casa Aranda
- Quinta Mendes Pereira
- Quinta da Fata
- Quinta das Marias
- Fonte de Gonçalvinho

Para o final, ficou guardado o néctar que foi a pérola da noite, o fantástico Inconnu Reserva Tinto 2010, um vinho que nem António Narciso, nem os produtores Christelle e Casimir, revelam qual a composição, ou a forma como é feito... Que é muito bom,  disso não existe a menor dúvida!


Inconnu Reserva Tinto 2010


Ano: 2010

Produtor: Fonte de Gonçalvinho

Tipo: Tinto

Região: Dão

Castas: ??????

Preço Aprox.: 20€ - 25€

Veredicto: Fruto de uma selecção privada dos Produtores e Enólogo, surge este vinho muito complexo e desafiante em toda a prova. Numa das primeiras provas deste vinho alguém disse... “mas o que é isto?” Por mero acaso foi sempre designado como “????” e assim permanecerá a sua história…, incógnita para todos. Uma história apenas para se apreciar com prazer…

A descrição acima, transcrita da ficha técnica do vinho, não podia estar mais acertada. De facto, trata-se de um vinho extremamente complexo e muito diferente do que habitualmente se produz no Dão. O nome Inconnu, que significa desconhecido em Francês, traz um carácter de originalidade e coloca as pessoas a falar do vinho, uma vez que nem as castas que o compõem são conhecidas nem o processo de vinifcação é revelado. Sabemos que António Narciso não é adepto da casta Jaen, mas quem sabe se esta existe no lote? A minha aposta pessoal vai para um blend de Touriga Nacional com Aragonês, com uma elevada percentagem de Touriga...

Relativamente ao vinho já o tinha provado em diversas ocasiões, até mesmo quando ainda estava em amostra de barrica e aquilo que mais me surpreende é que se trata de um vinho que evoluiu sempre para melhor cada vez que o fui provando!

É um daqueles vinhos para apreciar no final da noite, em boa companhia...

De cor ruby intensa com rebordo violeta, apresenta-se extremamente complexo. Hoje estou a escrever estas palavras, amanhã se calhar novas sensações serão experimentadas pois este vinho é assim. No nariz, é fino, elegante e desafiante com fruta vermelha evidente, notas balsãmicas, madeira de qualidade superiormente integrada. Na boca é encorpado, volumoso, com taninos firimes, mas bem redondos, num equilíbrio perfeito entre potência e finesse. O final de boca é muito longo, persistente e delicioso. Viciante!

Ainda muito novo, deve ser aberto uma horas antes (ou até no dia anterior), decantado para ser apreciado com todo o prazer que proporciona.

PS: Tive oportunidade de provar uma amostra de barrica do Inconnu 2011 e fiquei boquiaberto. Está uma coisa do outro mundo...! Será do Jaen?!


Classificação: 17,5

Sérgio Lopes

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