sábado, 29 de abril de 2017

Da Minha Cave: Cartuxa Branco 2009

16/20. Cartuxa é uma marca que dispensa apresentações, quer nos vinhos tintos, quer nos vinhos brancos. Produzidos pela Fundação Eugénio de Almeida, são vinhos cuja consistência é recorrente todos os anos. Confesso que quando o Cartuxa branco sai para o mercado, não me entusiasma particularmente. É uma questão de gosto pessoal. Apenas isso. Ora , tive a oportunidade de encontrar uma garrafa deste vinho, meia perdida na minha garrafeira, do ano de 2009. Mostrou-se um vinho com notas florais de alguma evolução, mostrando um lado delicado, sem perder o perfil gastronómico. Para um vinho com 8 anos, não apresentou sinais de cansaço e portou-se muito bem á mesa. Serão vinhos (naturalmente) que melhoram com alguns anos em cima? Acredito que sim.

Sérgio Lopes

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Em Prova: Proibido Grande Reserva Tinto 2013


17/20. Já toda a gente sabe que aprecio o trabalho de Márcio Lopes, o enólogo/produtor por trás deste vinho. Esta era a última garrafa que tinha e decidi abri-la para acompanhar um assado. Abri a garrafa e arrempendi-me... Que infanticidio...! Pois o vinho está tão novo!!!!!!!! Decantei-o, mas estava mesmo fechado! Reservei-o  para o dia seguinte e mesmo sabendo que é um jovem imberbe, deu-me imenso prazer. Um excelente exemplar do Douro Superior, cheio de vida. Com fruta preta a magotes, mostrando o lado quente do douro superior compensado pela frescura e complexidade das vinhas velhas que deram origem a este vinho. Madeira ainda bem evidente e uma boca com taninos poderosos mas macios, A precisar de comida, é claro. Deu-me imenso prazer. pena não te mais. PVP: 38€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Em Prova: Casa de Santar Reserva Branco 2015


16,5/20. O ano de 2015 é unanimemente considerado de excelência, sobretudo para brancos. A Casa de Santar é um produtor cuja consistência se mantém ano após ano. Juntando estes dois ingredientes temos um vinho bem interessante. Produzido das castas Encruzado, Cerceal e Bical, trata-se de um vinho com um aroma complexo, onde a fruta convive para já com um toque de madeira nova que neste momento é perceptivel, mas sem incomodar. Boca redonda, com boa estrutura, equilibrado, com frescura e taninos redondos, pedindo comida. Acompanhou muito bem um linguado grelhado com arroz de tomate. Vai melhorar nos próximos 5 a 7 anos, sobretudo casando a madeira com a fruta.

Sérgio Lopes

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Em prova: Quinta do Rol Rosé Pinot Noir 2013

16/20. A Quinta do Rol situa-se na Lourinhã, pertencendo por isso, à região vitivinicola de Lisboa. Este rosé é produzido 100% da casta francesa Pinot Noir. Comprei o 2013, num Pingo Doce em promoção, e gostei muito do que provei. Nariz contido, com fruta vermelha fresca (framboesa, amora) e muita frescura. Boca elegante, como deveria ser da casta Pinot Noir, bela acidez e final seco e com toque limonado a apontar para um pendor gastronómico. Acho um excelente exemplar de rosé, para acompanhar umas entradas, proporcionando prazer. Se o 2012 está assim, gostava de provar o rosé do ano... PVP: 5€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

terça-feira, 25 de abril de 2017

Em Prova: Pai Chão Grande Reserva Tinto 2013

O Alentejo, região clássica de grandes vinhos, tem sabido sair da sua zona de conforto, arriscando em novas tendências, perfis e castas dos néctares que brotam das suas vinhas. Contudo, se nalgumas situações é necessário ganhar asas, noutras há que manter os pés firmes no solo e na tradição.

Recentemente, foi-me dada a oportunidade de provar dois vinhos oriundos da Adega Mayor, majestralmente representada por Rita Nabeiro, que saem naturalmente da casca - um espumante de Pinot Noir e Pinot Gris, com uns fresquíssimos 9 meses de estágio, e um Solista Rosé de Pinot Noir exuberante.

No entanto, foi um tinto que me encheu as medidas duma noite que teve todos os condimentos para ser perfeita. Este PAI CHÃO GRANDE RESERVA 2013 tem no bilhete de identidade todo o genoma do Alentejo. Intenso na cor, especiado, pleno de frutas negras, contém em si os verões indolentes. É pleno de estrutura, corpo e afinação. Vinho cheio, completo e, sem reservas, perfeito. Deitou por terra todos os preconceitos que nos últimos anos tive relativamente ao Alentejo e deleitou-me, proporcionando-me um sorriso tão longo quanto a persistência que o vinho apresentou na boca. PVP: 38€.

Vale cada euro que custa!

Miguel Ferreira (A Lei do Vinho)

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Em Prova: Pardusco Escolha Tinto 2013



16/20. Depois de ter provado o Zafirah, o vinho de Constantino Ramos, totalmente fora do baralho, decidi regressar ao... outro vinho "verde tinto" de Constantino Ramos, vinho assinado por Anselmo Mendes (Constantino é enólogo de Anselmo Mendes) - Pardusco. Pardusco remonta aos vinhos tintos produzidos na região de Monção, no século XIV. Vinhos destinados à exportação e conhecidos por "parduscos", por apresentarem uma cor parda. Eram vinhos claretes, feitos à base de uvas tintas mas que incorporavam também uvas brancas. 

O Pardusco Escolha 2013, é produzido das uvas tintas Vinhão, Alvarelhão, Pedral, Brancelho e Borraçal. À semelhança do Zafirah trata-se de um vinho verde tinto civilizado, fresco e redondo, de cor aberta, de aroma mais contido e cheio de frescura. O estágio em barricas velhas de alvarinho conferiu-lhe este perfil mais redondo. Se o Pardusco tivesse a acidez do Zafirah seria um vinho de classe mundial. Ainda assim, é muito interessante e mostra bem o que a região pode fazer com uvas tintas: vinhos pouco alcoólicos, não muito extraídos e bastante frescos. PVP: 6,5€. Disponibilidade: Garrafeiras Seleccionadas.

Sérgio Lopes

sábado, 22 de abril de 2017

Um copo com... Filipe Castela

Filipe Castela é o sommelier e responsável de compras do restaurante “Pedro dos Leitões” na Mealhada. Para além do leitão de excelente qualidade servido no restaurante, Pedro garante que também os melhores vinhos são disponibilizados e provados pelos seus clientes, tornando a refeição num momento de puro prazer. Natural de Santa Cruz, Coimbra. Vive na Mealhada.

Olá Filipe, há quantos anos trabalhas no Pedro dos Leitões? Sempre te interessaste por vinho? 
Olá Sérgio. Trabalho no Pedro dos Leitões há sensivelmente 15 anos. Sim, sempre achei piada ao mundo do vinho (andei a estudar Viticultura e Enologia) mas só há 7 anos para cá me comecei a inteirar mais pelo vinho mais ao pormenor.

Sendo um bairradino de “gema”, consideras esta a melhor região vitivinícola do país?
Certamente que tanto para mim, como para qualquer Bairradino a nossa terra será A TERRA!!! O nosso vinho será O VINHO, mas com a experiência de prova que tenho asquirido nos últimos anos, posso dizer mais politicamente correto que todas as regiões são óptimas, cada uma à sua maneira. Todas têm os seus ícones e as suas riquezas. Mas a Bairrada será sempre BAIRRADA, aqui e em qualquer parte do Mundo irei fazer questão de o dizer alto e bom som

O que gostas de fazer nos tempos livres?
Os meus tempos livres são passados com os amigos, filhas e muito dele também passado no meu restaurante. Mas gosto muito de andar de mota e ver jogos do meu Sporting... eh eh eh

Quantas referências de vinho existem no Pedro dos Leitões? 
O número de referências já perdi a conta, mas penso que ultrapassam as 1300 referências, incluindo Portos, Madeiras, Destilados e Licores.

Qual o teu prato preferido? Comes leitão todos os dias?
O meu prato preferido é Bife com Ovo estrelado batatas fritas e arroz... como isto todos os dias durante 20 anos... eh eh eh... até que o meu corpo criou alergia à gema do ovo... agora como igual, mas sem o ovo. Eh eh eh . Sim, tenho que comer nem que seja uma pata ou uma orelha de leitão todos os dias.

Já tiveste algum momento caricato no restaurante que possas partilhar connosco?
Tive uma vez um cliente que pediu espumante murganheira o mais novo que havia. A funcionária levou Reserva de 2012, que era o ano que estava no mercado... o sr olhou para o rótulo, depois de se servir e disse logo que o espumante estava passado... que estava velho e pediu para lhe levarem um murganheira mais novo, ao qual eu respondi que o mais novo era precisamente o de 2012. Depois como estava tão desejoso de beber espumante, pediu um automático branco do Carlos Lucas (caí no balcão aos risos) para acompanhar o leitão. No final no acto do pagamento ainda me foi perguntar como era possível eu não ter Murganheira de 2015, ao qual eu respondi que a Murganheira não lança espumantes assim para a rua. O mais novo era mesmo o Reserva de 2012... ficou indignado.

Qual a figura pública com a qual gostarias de comer um leitão à moda da Bairrada? E que vinho selecionarias?
A figura pública que gostaria de convidar para comer um leitão à moda da Bairrada seria Alvaro Pedro , mais conhecido pelo Pedro dos Leitões.. O meu AVÔ. Não tive tempo para o conhecer muito bem, mas por tudo o que ouço de amigos e dos mais velhos da terra, é que ele era um SR, um HOMEM COM H HIPER GRANDE. O vinho seria algo que fosse como ele. Um vinho simples mas que marcasse a região. Um bom BAGA... Branco ou Tinto, CHEIO. eh eh eh

O que te faz realmente tirar do sério?
O Sporting perder... fico perdido pá... nem como. Meu Deus

Momento: refere uma música preferida; local de eleição e companhia; e claro vinho a condizer.
Alive dos Pearl Jam. Qualquer sítio do Mundo desde que tivesse com os meus amigos, pois foi uma banda e uma música que nos marcou bastante na juventude. Vinho, um Baga Bairrada fresquinho e com bolhaaaaaaaas.

Qual o melhor vinho que alguma vez provaste?
Não te consigo dizer qual o melhor pois não estaria a tratar todos de igual modo, mas o Qta do Soque 2008 VV... MEU DEUS

Sérgio Lopes