terça-feira, 7 de novembro de 2017

Encontro com o Vinho e Sabores 2017

De 10 a 13 de Novembro, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, a Revista de Vinhos apresenta a 18ª edição de Encontro com Vinhos, Encontro com Sabores.

Esperam-se mais de 300 produtores (nacionais e internacionais), mais de 2.500 vinhos em prova, 25 chefes de cozinha, nacionais e internacionais, mais de 20 provas comentadas por especialistas.

Paralelamente à prova livre dos vinhos, ao longo dos quatro dias de evento decorrerá uma intensa programação de provas comentadas conduzidas, quase sempre, pelos elementos que constituem o painel de provas da Revista de Vinhos – Alexandre Lalas, António Lopes, Célia Lourenço, Guilherme Corrêa, João Chambel, José João Santos, Manuel Moreira e Rodolfo Tristão.

Todas as informações sobre o evento, incluindo o programa, em:

http://www.encontrovinhosesabores.com/

Sérgio Lopes

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Velhos (alguns Vinhos) são os trapos!

Esta crónica vem a propósito de três vinhos que provei este ano e que desafiaram a passagem do tempo. Quem me conhece sabe que estou na fase dos brancos - jovens ou menos jovens, têm me dado enorme prazer e sobrepondo-se grandemente em consumo, desaparecendo a uma velocidade vertiginosa da minha garrafeira. São fases. Acho. Já tive a fase dos tintos e em particular dos "vinhos velhos", os quais ainda moram alguns na minha garrafeira. Mas cada vez estou mais convicto que um vinho tinto tem a sua idade ideal de consumo entre os 5 e 10 anos (em média) e os brancos entre 4 a 6 anos. Claro que há montes de variáveis nesta equação, mas regra geral encontramos, nesta média, os tintos mais prontos a beber e mais complexos - a dar mais prazer, e os brancos mais desafiantes e com deliciosas notas de evolução, sem, ambos perderem a frescura. 

Mas de quando em vez, surgem vinhos que desafiam a passagem do tempo e trocam as voltas a isto tudo. Ainda na passada 6ª feira tive o prazer de provar (de novo) um Frei João Tinto de 1966, vinho da Bairrada, 100% da casta Baga, que estava com uma juventude inquietante. Em prova cega ninguém atiraria para a década de 60... Seria um grande vinho ás cegas? provavelmente não, mas ao vermos a sua ainda jovialidade com mais de 50 anos a dançar no copo, impressiona qualquer um! Brutal. O outro vinho que me lembro ter bebido este ano e que me surpreendeu foi um Dão Pipas 1975 que abri no meu aniversário. Em magnum, comprado numa garrafeira onde esteve não muito bem acondicionado. O "bicho" estava "impec", outro vinho cheio  de vida e que impressionou quem o provou. Duas regiões, Bairrada e Dão que sobretudo, no século passado conseguiram criar vinhos com uma longevidade incrível.  E ainda hoje o conseguem fazer se quiserem, mas provavelmente o mercado não o permite e por isso não irão durar tantos anos (presumo). 

Para finalizar, deixo-vos o terceiro vinho, provado AQUI e que é produzido com uvas provenientes do Dão e da Bairrada, o Bussaco  Reservado 1960. Um vinho descomunal. Já para não falar no branco de 1958, que fica como o melhor vinho provado este ano. Pelo menos branco. Há vinhos do caraças! 

Sérgio Lopes

domingo, 5 de novembro de 2017

Passatempo: Oferta de 3 passes para o evento WINE FEST PORTO 2017

Faltam menos de duas semanas para a segunda edição do WINE FEST PORTO 2017, que decorrerá no salão nobre da Alfândega do Porto, no dia 18 de Novembro. O Contra-Rótulo vai oferecer 3 passes no valor de 10€ cada, aos seus seguidores. Para se habilitar aos mesmos basta apenas seguir três pequenos passos:

- Fazer like / seguir na página do facebook do Contra-Rótulo.
- Fazer like / seguir na página do facebook do Wine Club Portugal.
- Identificar na publicação 2 amigos que querem mesmo ir ao WINE FEST 2017.

O passatempo estará em vigor até às 24h do dia 12 de Novembro. Os vencedores serão anunciados no dia seguinte e serão seleccionados através do sistema Random.org

Os passes deverão ser levantados no Balcão de Apoio.

Boa Sorte a todos!

Sérgio Lopes

sábado, 4 de novembro de 2017

2ª edição do Wine Fest Porto

A segunda edição do evento WINE FEST 2017 PORTO realiza-se no dia 18 de Novembro, entre as 15h00 e as 20h00, no Salão Nobre do edifício da Alfândega do Porto. Depois do sucesso da primeira edição, em 2016, temos de novo a oportunidade de provar raridades, conhecer as novas colheitas, conversar e aprender com produtores e enólogos. 

O WINE FEST 2017 PORTO, organizado por Luís Gradíssimo (http://avinhar.blogspot.pt/) contará com mais de 300 referências vínicas em prova, com destaque para os seguintes produtores: Vinho Verde: Vale dos Ares e Sem Igual; Quinta do Ferro; Quinta do Regueiro; Douro: Esmero; Quinta de Ventozelo; Vieira de Sousa; Quinta da Rede; Vinilourenço; Maçanita Vinhos; Dalva e Messias (ambos produzem também Vinho do Porto); e os Portos Blackett. De Trás-os-Montes poderão ser provados os vinhos da Casal Faria e Do Joa. Da Bairrada estarão presentes os vinhos e espumantes da Quinta dos Abibes; Casa de Saima; Quinta das Bágeiras e Messias, que também tem vinhos Dão, tal como Casa da Passarela; Quinta Vale do Cesto; e Quinta de Lemos. Da Beira Interior estará presente a Quinta do Cardo. Tejo e Lisboa, estarão representadas por Quinta de Pancas; Carcavelos - vinhos singulares produzidos pela Câmara Municipal de Oeiras; e os vinhos de Joaquim Arnaud (que também levará Alentejo). Da Península de Setúbal estarão em prova os vinhos e moscatéis Horácio Simões. Mais a sul, desde o Alentejo, chegam os vinhos da Herdade do Arrepiado Velho; do Monte da Ravasqueira; da Vinha das Virtudes; da Lima Mayer; e da Fita Preta Vinhos. Por fim, a Azores Wine Company, promete fazer as delícias com a prova de vinhos nascidos nos Açores, num terroir único e protegido como Património da Humanidade: as vinhas da ilha do Pico.

Mas ainda há mais! No WINE FEST 2017 PORTO serão realizadas três ‘Provas Especiais’, limitadas a 25 lugares, cada e que necessitam de inscrição prévia:

Às 15h30 “Casa da Passarella - 125 Anos de História”. Pelas 17h00 é a vez de “Os segredos de Joaquim Arnaud”. Por fim, às 18h30, realiza-se a prova “Horácio Simões – Uma história à volta do Moscatel Roxo”.

A entrada no evento tem o valor de 10€, o bilhete com acesso a cada uma das ‘Provas Especiais’ custa 20€ e o há um Pack Enófilo, para verdadeiros apreciadores, que inclui o acesso às três ‘Provas Especiais’ pelo valor de 50€.

Sérgio Lopes (in Press Release)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Em Prova: Monte de Seis Reis Tannat & Petit Verdot 2013


Confesso que não conhecia este produtor, Monte de Seis Reis, localizado em Estremoz, com uma área de 50 hectares e uma produção vinícola iniciada apenas em 2004. Encontrei este vinho à venda no L.Eclerc do Montijo e chamou-me a atenção pelas castas utilizadas, Tannat (60%) e Petit Verdot (40%), castas que normalmente imprimem um carácter vincado aos vinhos. Provado esta semana,  o Monte de Seis Reis Tannat e Petit Verdot, trata-se de um vinho especiado, com notas de cacau e algum chocolate, taninos macios e um corpo e final de médio porte. Diria que estamos, por um lado, na presença de um Alentejano "de gema", com o calor típico da região a mostrar-se, embora amparado por uma acidez qb. Por outro lado,"pisca o olho" a uma vertente quiçá mais internacional, pela sensação de doçura experimentada e que o torna apelativo a em busca de um público mais alargado. PVP: 12,5€. Disponibilidade: Garrafeiras.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Dão Capital, Vinhos do Dão em Lisboa

A Comissão Vitivinícola Regional do Dão e a Rota dos Vinhos do Dão trazem novamente até Lisboa os melhores vinhos e sabores da região. Na terceira edição do Dão Capital, o local escolhido foi o Time Out Mercado da Ribeira, em Lisboa. Lá vai ser possível provar os espumantes, brancos, rosés e tintos do Dão, de um conjunto de grandes produtores da região. A mostra inclui ainda a venda de vinhos e expositores dos excelentes produtos regionais, como queijos e enchidos, que também podem ser adquiridos. Assim os visitantes poderão provar e comprar os produtos expostos e participar em provas de vinhos comentadas por especialistas da revista Vinhos - Grandes Escolhas. 

DÃO CAPITAL 2017 – MOSTRA DE VINHOS E IGUARIAS
Local: Mercado da Ribeira|Estúdio Time Out|Lisboa
Datas: 3 e 4 de Novembro
Horário: Sexta-Feira e sábado: 15:00 | 23:00
Entrada Livre
Copo de prova: 3,00€


Provas comentadas: “O DÃO EM PROVA” 
3 de Novembro (sexta-feira)
16:00|16:20 – A frescura do Encruzado por Luís Lopes
17:00|17:20 – O renascido Jaen por João Afonso
18:00|18:20 – A arte do lote por João Paulo Martins
19:00|19:20 – O Dão com idade por Luís Lopes

4 de Novembro (sábado)
16:00|16:20 – Trabalhando na sombra: Malvasia Fina e Alfrocheiro por Luís Lopes
17:00|17:20 – A sublime Touriga Nacional por João Paulo Martins
18:00|18:20 – O vinho e a barrica por Luís Lopes
19:00|19:20 – Estórias que a vinha antiga conta João Afonso 

Acesso livre: limitado aos lugares disponíveis 

Sérgio Lopes

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Arena de Baco: Orgia de Magnuns no aniversário do Alirio

Foi no passado sábado que o Alirio Fonseca comemorou o seu aniversário. Para quem não sabe, o Alirio é um winelover que nas suas palavras "só gosta de vinhos bons", pelo que em cada prova que organiza ou que participa, decide partilhar belíssimos vinhos com a malta amiga. E não é essa uma das razões de gostar do vinho? A partilha de belos momentos de convívio à mesa. E assim foi. No restaurante "O Filipe" em Matosinhos, o Alirio juntou 24 amigos e 18  garrafas Magnum para que ninguém ficasse com sede. Foram 3 brancos e 15 tintos que estiveram à altura de um serviço exemplar do restaurante, com comida com fartura e de belíssima qualidade!


BRANCOS
- Sem Igual 2015 - Vinho verde de João Camizão, um dos vinhos que bebo com regularidade. Neste almoço foi penalizado por a temperatura estar um pouco elevada demais, não mostrando todo o seu "nervo" característico. Ainda por cima, o ano de 2015 que produziu um "Sem igual" com notas amanteigadas a fazer lembrar um Borgonha... Também foi o primeiro vinho em prova, o que muitas vezes é penalizante.
- Quinta de Santiago Reserva 2015 - Um Alvarinho que tem o perfil da produtora - bonito e perfumado. Embora fugindo um pouco ao registo habitual dos Alvarinho (mais citrino), deu uma excelente prova, cheio de frescura, tendo sido de agrado geral.
- Anselmo Mendes Curtimenta 2011 - Um extraordinário branco, da casta Alvarinho, num grande momento de prova, a mostrar aquela complexidade que estes vinhos ganham com meia dúzia de anos em cima, com deliciosas notas petroladas, muita frescura e um corpo bem interessante. Delicioso.

TINTOS
- Vale do Ancho Reserva 2006 - Proveniente do Alentejo, um vinho que nunca tinha provado. Em grande forma, com frescura e intensidade, pronto a beber. Gostei muito. A provar que o Alentejo produz grandes vinhos e com longevidade de guarda.
- Quinta da Fata Reserva 2009 - Identificado imediatamente (a prova foi cega), devido aquele lado de lagar tão característico, tal como o pinho e a resina, como só um Fata apresenta. Ainda "duro" e cheio de vida, num perfil que não é / foi consensual.
- Quinta Poço do Lobo Reserva 1995 - Bairrada de "caras", feito com baga, castelão e Moreto, um belissimo exemplar da região, cheio de frescura e ainda com longos anos pela frente. Excelente.
- Van Zellers 2005 - Um Duriense de perfil mais maduro, potente e carnudo a mostrar esse lado da região - um pouco mais extraído, mas que brilha à mesa com um naco de carne.
- Casa da Passarela Vinhas Velhas 2008 - O primeiro Vinhas Velhas da casa. A Touriga Nacional domina com lindas notas de Bergamota. frescura, elegância e fruta a rodos, num momento de prova brilhante. Estes Vinhas Velhas da Passarela eram sublimes e muito acessiveis. Agora têm outra designação e não são tão baratos. Mas o projecto ganhou em dimensão e novas referências, com o toque de Midas do enólogo Paulo Nunes a prestigiar a região. Um dos vinhos do almoço.
- Marquês de Marialva Reserva Baga 1995 - Taninos de veludo, a mostrar como um baga envelhece e bem. Está no momento final de prova, ou seja, para beber agora. Talvez precisasse de um pouco mais de estrutura para ser um colosso. No entanto, estamos a falar de um vinho com mais de 20 anos e com uma prova bastante agradável. E não é um garrafeira.
- Periquita 1978 - Infelizmente, já tinha passado o seu melhor momento.
- Quinta do Crasto Reserva 1999 - Ao contrário do Van Zellers, aqui tivemos um vinho nada extarído, fresco e equilibrado, com notas de vinagrinho a dar-lhe uma complexidade adicional bem interessante. Um dos que gostei mais.
- Zambujeiro 2005 - Vinho Alentejano de um produtor conceituado e cujos vinhos envelhecem bastante bem. Achei-o um pouco pesado demais, ou seja, extraido, talvez a precisar de mais tempo em garrafa ou então a sofrer por estar a competir com uma concorrência de peso? Quero voltar a prová-lo a solo.
- Palato do Coa Grande Reserva 2011 - Douro Superior de caras, um misto de potência com aquela frescura da altitude, num ano, 2011, de sonho para o Douro. Gostei bastante.
- Quinta do Monte D'Oiro Reserva 2006 - Grande Vinho. Incrivel momento de prova com um equilíbrio fenomenal e a dar muito prazer. Syrah. Ninguém adivinhou em cega!
- Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 - Para mim o melhor vinho do almoço e um dos melhores vinhos que já bebi. Acidez descomunal, numa boca sedosa e muito fresca. Taninos frimes, final muito longo. Vinagrinho a dar-lhe caracter. Brilhante. (Nunca na vida associava a Dão e muito menos Touriga Nacional, tal a acidez descomunal que apresentou).
- Quinta da Leda 2008 - Confesso que este vinho me passou um pouco lado. Duriense interessante mas não me marcou. Estranho?
- Cabernet Abibes - Blend de Cabernet Sauvugnon dos anos 2011, 2012 e 2013, proveniente da Quinta dos Abibes - Bairrada. Uma novidade completa para mim, pois não conhecia. Trata-se  de um vinho que ainda não se encontra em comercialização, mas que seguramente irá dar que falar. Aliás como tudo o que a dupla professor Batel e o enólogo Osvaldo Amado produzem nos Abibes!
- Tenuta Pianpolvere 2007 - Barolo. Vinho Italiano com aqueles taninos de "partir" os dentes. Em belissima forma. Com anos e anos pela frente... A gritar por decantação prévia. No entanto, eu tinha ficado lá atrás no Pellada 2004...

Uma grande grande prova. Memorável! Muito obrigado Alirio.

Sérgio Lopes